domingo, 2 de maio de 2010

Lula se emociona durante ato da CUT e defende redução da jornada em evento de centrais


Durante a comemoração do Dia do Trabalhador promovida neste sábado (1) pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Memorial da América Latina, na capital paulista, Lula afirmou que deixar a Presidência da República e continuar morando no mesmo apartamento que tinha antes, em São Bernardo do Campo (SP), à mesma distância do sindicato que o projetou na política e das empresas em que trabalhou e liderou greves é motivo de orgulho.
Muito emocionado durante a sua fala, o presidente disse que vai poder encontrar um trabalhador na rua e dizer: “Bom dia, companheiro! Porque eu fui leal àquilo que fizemos nesse País”
Lula aproveitou a festa para fazer um balanço das políticas de seu governo, destacando o fortalecimento do Mercosul e das relações estabelecidas com países da América Latina e Africa.

“O fato de a CUT ter marcado este ato como latinoamericano me obriga a dizer para vocês que quando tomamos posse em 2003 eu fui ao Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e de lá saí para Davos. Já naquela época eu era o único presidente que podia participar do Fórum Econômico em Davos e do Fórum Social, no Brasil. Eu disse a Celso Amorim (ministro das Relações Exteriores), na viagem (a Davos), que nós tínhamos que mudar a geografia mundial. Não é possível que o comércio mundial coloque todos os países subordinados a América do Norte e Europa. É preciso que tenhamos uma outra lógica na nossa relação comercial”, enfatizou o presidente.

Lula reafirmou que o Brasil tem uma dívida com a África e que ela deve ser paga com solidariedade e amizade. Por isso, disse, o governo levou a Embrapa para lá, para transferir tecnologia e dar aos africanos o mesmo desenvolvimento agrícola que temos no Brasil.
O presidente criticou ainda as autoridades que sempre demonstraram “vergonha da nossa origem (africana) e se esqueciam que a beleza do povo brasileiro é a mistura de índio, de negro e de europeu. É essa salada de fruta de raças que produziu esse povo maravilhoso, que joga, dança e ri como ninguém”.

Redução da jornada
Já durante a atividade das centrais sindicais União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) realizada na capital paulista, Lula prestou uma homenagem a todos que lutaram para reduzir a jornada de trabalho para oito horas Foi o segundo evento do dia que contou com a participação do presidente.
“Tem muita gente que não sabe os sacrifícios feitos para atingir essa jornada. Já houve jornada de 16 horas, mas no momento em que homens e mulheres se revoltaram contra isso, muitos perderam a vida e hoje comoramos a jornada de 8 horas e o projeto dos dirigentes sindicais conseguiram dar entrada na Câmara dos Deputados, de redução da jornada de trabalho de 40 horas para os trabalhadores brasileiros, para que possamos colocar mais gente no mercado de trabalho”, disse.

Lula destacou o orgulho que tem de, em seu último ano como presidente da República, poder terminar o mandato e ver que a classe trabalhadora pode dizer, “de cabeça erguida”, que valeu à pena acreditar e eleger um metalúrgico pra presidir o País. O meu orgulho é maior porque esse País já elegeu empresários, fazendeiros, generais advogados e professores, mas precisou eleger um trabalhador metalúrgico para fazer o que tinha de ser feito para a classe trabalhadora brasileira”.
Com exceção da China, disse o presidente, nenhum outro Pais criou a quantidade de empregos que o Brasil criou nesses sete anos, mesmo passando pela crise econômica que o mundo já viu, afirmou.

Coração brasileiro

Mais cedo, durante comemoração promovida pela Força Sindical e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), em São Paulo, em homenagem ao Dia do Trabalhador, Lula afirmou ter ficado feliz ao ver a revista americana Time o eleger uma das pessoas mais influentes do mundo.
“A elite (brasileira) dizia que eu não falava inglês, mas meu coração pensa brasileiro, meu coração pensa o povo brasileiro”, disse ele durante o discurso.
Perante milhares de trabalhadores reunidos na praça Campo de Bagatelle, no bairro de Santana, Lula afirmou ainda que a elite fica ofendida “quando o Le Monde (jornal francês) e o El País (jornal espanhol) me escolhem Homem do Ano, quando negociamos a paz em Israel, quando vou ao Irã. Mas esse País é soberano, é um povo feito de homens e mulheres que andam de cabeça erguida e nós que decidimos onde vamos”.

Com informações do Blog do Planalto
Fonte: www.pt.org.br/

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